sábado, 16 de outubro de 2010

Uma rosa, uma saudade


Dia dos pais, aniversários, Natal e Ano Novo. Essas são as principais datas que me fazem pensar no meu avô mais que tudo. Acho que até hoje, 3 anos depois, eu ainda não consegui digerir sua morte. Pra mim é como se tivesse viajando e que vai já chegar e me chamar de olho de surubim. Até hoje essa chagas ainda é aberta em meu coração.

Abri um livro e achei um ramo da rosa que eu havia comprado pra lhe jogar no tumulo. Meus olhos marejaram. No aniversário de minha avó pensei nele e meus olhos subitamente se encheram de lágrimas. Como eu sinto falta daquele senhor. Como sinto falta de lhe dar cuecas samba-canção nos seus aniversários. Como eu sinto falta de pegar em sua mão e em seus cabelos meus dedos passarem.

Talvez ele continue sendo minha única inspiração pra escrever, porque desde que ele morreu só sobre ele eu escrevi. Ontem conversando com um amigo, novamente a chagas ardeu. Falei que não consigo ouvir “Segura na mão de Deus” que começo a chorar. Que eu nunca mais quero ouvir a sirene da carreata seguindo o carro da funerária. Meu avô fui uma pessoa honesta acima de tudo, mas que não talvez não tenha percebido como todos que o cercavam o amavam de mais. Eu nunca talvez tenha dito que o amava do jeito que o amo, e hoje isso me doe.

Queria poder dividir meus futuros êxitos com ele assim como dividi quando ganhei o concurso de música e ele me parabenizou, em cima de uma cama hospitalar em um de seus poucos momentos lúcidos. Queria que meu irmão crescesse ao seu lado, sabendo quem é o avô dele. Queria poder apresentar-lhe meus filhos, meu marido. Queria ter tido a chance de lhe abraçar pela ultima vez e ter-lhe dito que lhe amava. Queria que. Queria novamente sentir seu cheiro, ouvir sua voz. Queria novamente ouvir suas histórias. Vô, aonde quer que o senhor esteja só quero lhe dizer que eu lhe amo e me desculpa se eu não fui tão explicita quanto a isso. Queria o senhor aqui comigo.